sexta-feira, 25 de abril de 2008

Herman Hesse

Não tinha título para o blog. Na verdade foi um momento de tédio na internet que me levou até aqui. Esse título -Teatro Mágico - e o endereço do blog vem de uma referência literária minha, o alemão Herman Hesse. Esse autor é uma espécie de herança familiar (meu pai adora).
O primeiro livro dele que eu li foi Demian. Lembro que detestei. Não entendia como alguém podia passar à vida toda se culpando por ter roubado as maçãs do vizinho. Talvez seja uma metáfora sobre os nossos medos, as nossas culpas, de longe parecerem ridículas. Na segunda vez que li entendi melhor, já gostei.

Depois veio Sidarta, que trata da busca de um homem por uma vida mais plena, pela redenção das culpas. Hesse se inspira certamente em Buda.

Por último li Lobo da Estepe, que meu deixou totalmente paralisada.Achei magistral a maneira com que Hesse fala sobre a angústia do ser humano, sobre solidão, sobre procurar um sentido para a vida e não achá-lo, sobre autodestruição.
A crise de Harry Haller se passa no século XX mas é real para os viventes desse século XXI. Talvez perpasse a existência humana, acredito que sim.
De qualquer modo, eu não estou em nenhuma onda de autodestruição. Mas como Sidarta, e como Haller, na verdade também quero esse "nem se sabe o quê" que todos de algum modo procuram. Alguns são mais felizes na jornada, outros não.
A autodestruição de um personagem e o nirvana e total desapego do outro são duas pontas de um mesmo mal. Talvez o segredo da vida seja o malabarismo - o tal caminho do meio do senso comum. Mas as pessoas tendem a menosprezar o senso comum sem perceber que ele é uma das coisas mais viscerais que há.

Nenhum comentário: