segunda-feira, 20 de dezembro de 2010

As voltas do relógio

Criei a convicção de que a ignorância de todos trâmites necessários para fazer uma viagem ao exterior é uma benção. Especialmente se a viagem não for de férias e se o país de destino for fã de uma burocracia sem fim, como é o caso da Argentina.
Para los hermanos fazer fronteira com o Brasil, existir grande moblidade entre os cidadãos dos dois países e um acordo de cooperação devido Mercosul de nada valem e não te livrarão de toneladas de papéis. O fato é que é muito menos burocrático provar sua idoneidade para morar na Inglaterra (o visto é só na hora, mas basta apresentar documentos autenticados em cartório) do que aqui do lado, na Argentina, que exige toda uma novela de mandar documentos originais autenticados por sedex para o Ministério das Relações Exteriores em Brasília, esperar o retorno do órgão para somente depois marcar a entrevista no consulado.  
 É esta ignorância dos trâmites que ajudam a seguir adiante e quando você se conscientiza da quantidade de papéis, carimbos, dinheiro para as taxa$ e principalmente, HORAS necessárias para buscar isso tudo aí emu amigo já é meio tarde demais para deixar o desespero bater e mandar tudo às favas.
Eu não desisti por teimosia. Imagina, desperdiçar tantas horas por nada? Nem pensar, agora que já tenho umas 10 horas de livros lidos em filas, bóra buscar aquele papelzinho que você esqueceu de retirar. Ou carimbar.  Ou se certificar de que a data da via está de acordo com o prazo estabelecido pelo consulado.
Esses dias dois amigos disseram ter me visto no centro "saindo do prédio da polícia". É, de vantajoso mesmo só aproveitar as idas e vindas para virar bruxa dos caras. Vai que um dia precise.  
E no mais é confiar que a experiência nos recompense pelos pequenos surtos que a migração nos causa.

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